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Forno de Mãe de Mingança
Li numa outra entrada a propósito deste forno, e a bem dizer de todos os outros recuperados que não deveriam servir apenas para que neles se realizassem "tainadas" de reporte ao porco mas que deveriam servir como objecto de memória actualizada na especíifica função para que foram criados e para que serviram.acrescentava ainda um arguente, com indisfarçável mal estar, que deveriamos pensar mais nos que nos antecedem e, no limite deveriamos pensar como homens.Falando apenas do que sei porque a ousadia da ignorância nos dá em atrevimento o que nos retira em razão, sei que no forno da mãe de mingança desde que foi recuperado sempre que ele se acendeu foi lá cozido pão e confirmo que sempre que isso se fez foram lembrados todos aqueles que antes de nós ali o cozeram.Mas convém que se diga que neste forno a sua recuperação teve como previsão que tal pudesse acontecer e para o efeito foi lá colocado um forno mais pequeno que pudesse ser utilizado porque , como sabemos, o aquecimento do forno de granito original importaria em mais de um carro de lenha o que para o serviço de uma aldeia cujos habitantes/residentes não excede o número de dedos levantados de uma mão quando faz o símbolo da vitória, seria de todo despropositado.Pensamos sim organizar um dia por ano em que com a presença de todos os residentes e não residentes mas que ali têm ainda a alma agarrada acender o forno original.Confesso que supus que a recuperação do forno fosse uma coisa sem grande jeito e sem grande préstimo mas como sou homem reconheço o meu erro pela evidência do que se passou a seguir à recuperação.Vi na inauguração gente que já não via há muito tempo e depois disso já lá me voltei a encontrar com eles e passei a sentir uma responsabilidade comunitária por aquela terra que excede a ocupação da casa que lá tenho ou as visitas ao cemitério onde tenho os meus.É que há pedras que são só nossas, as das nossas casas. Mas há pedras que pertencem a todos como as dos fornos e das igrejas ou capelas e um homem a quem este imperativo da memória passe despercebido pode criticar por interesses de futuro o que fazemos no presente, mas nunca será capaz de descobrir a força que existe num passado que se recupera.A esses dubitativos do sentido da importância destas recuperações, olhem os céus para os lado da mãe de mingança porque se alguma vez virdes o fumo a sair do forno sabei que estais convidados a vir comer pão e a saciar a fome que por vezes não nos toca o estomago mas nos desenrola a alma.
Minganço, 13 de Novembro de 2008
Li numa outra entrada a propósito deste forno, e a bem dizer de todos os outros recuperados que não deveriam servir apenas para que neles se realizassem "tainadas" de reporte ao porco mas que deveriam servir como objecto de memória actualizada na especíifica função para que foram criados e para que serviram.acrescentava ainda um arguente, com indisfarçável mal estar, que deveriamos pensar mais nos que nos antecedem e, no limite deveriamos pensar como homens.Falando apenas do que sei porque a ousadia da ignorância nos dá em atrevimento o que nos retira em razão, sei que no forno da mãe de mingança desde que foi recuperado sempre que ele se acendeu foi lá cozido pão e confirmo que sempre que isso se fez foram lembrados todos aqueles que antes de nós ali o cozeram.Mas convém que se diga que neste forno a sua recuperação teve como previsão que tal pudesse acontecer e para o efeito foi lá colocado um forno mais pequeno que pudesse ser utilizado porque , como sabemos, o aquecimento do forno de granito original importaria em mais de um carro de lenha o que para o serviço de uma aldeia cujos habitantes/residentes não excede o número de dedos levantados de uma mão quando faz o símbolo da vitória, seria de todo despropositado.Pensamos sim organizar um dia por ano em que com a presença de todos os residentes e não residentes mas que ali têm ainda a alma agarrada acender o forno original.Confesso que supus que a recuperação do forno fosse uma coisa sem grande jeito e sem grande préstimo mas como sou homem reconheço o meu erro pela evidência do que se passou a seguir à recuperação.Vi na inauguração gente que já não via há muito tempo e depois disso já lá me voltei a encontrar com eles e passei a sentir uma responsabilidade comunitária por aquela terra que excede a ocupação da casa que lá tenho ou as visitas ao cemitério onde tenho os meus.É que há pedras que são só nossas, as das nossas casas. Mas há pedras que pertencem a todos como as dos fornos e das igrejas ou capelas e um homem a quem este imperativo da memória passe despercebido pode criticar por interesses de futuro o que fazemos no presente, mas nunca será capaz de descobrir a força que existe num passado que se recupera.A esses dubitativos do sentido da importância destas recuperações, olhem os céus para os lado da mãe de mingança porque se alguma vez virdes o fumo a sair do forno sabei que estais convidados a vir comer pão e a saciar a fome que por vezes não nos toca o estomago mas nos desenrola a alma.
Minganço, 13 de Novembro de 2008
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